Pessimismo global permanece; dólar continua renovando máximas históricas
Resumo de Mercado
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4min de leitura
Por: Confidence Câmbio •
27/02/2020
Pessimismo global permanece e mantém dólar em ascenção.
BRASIL 08:00 FGV: IGP-M – Fev 08:00 IPC-S Capitais 09:30 Inadimplência média no crédito livre 09:30 BC faz leilão extra de US$ 1,0 bilhão em swap cambial
E.U.A. 10:30 Deptº do Comércio: Produto Interno Bruto (PIB) – 4 triº (2ª estimativa) 10:30 Deptº do Comércio: Encomendas de bens duráveis – Jan 15:00 Departamento do Tesouro anuncia resultado de leilão de T-notes de 7 anos
EURO 07:00 Comissão Europeia: índice de confiança do consumidor – Fev 07:15 Dirigente do BCE, Isabel Schnabel faz discurso no evento do Barclays sobre política econômica
ÁSIA 22:30 NBS divulga comunicado anual sobre estatísticas
BRASIL Pessimismo global permanece; dólar continua renovando máximas históricas Por Pedro Molizani – Trader Mesa de Câmbio Travelex Bank
Não há trégua no clima de pessimismo global diante da rápida disseminação do coronavírus fora da China. Há pouco, as bolsas ocidentais estavam em baixa – as europeias chegavam a cair mais de 2% – o petróleo caía também perto de 2% em meio aos temores de redução na demanda. Pela primeira vez, o número de novos casos do novo coronavírus anteontem foi maior fora da China, epicentro do surto, com 411 infectados na China e 427 no restante do mundo. O total de pessoas com o coronavírus já ultrapassa 80 mil e o de mortes é de cerca de 3 mil. Há apenas um mês eram 82 mortes e 2.800 infectados na China, com casos de doentes em 14 países, ante ao menos 41 países ontem. No Brasil há, por enquanto, apenas um caso confirmado.
Na agenda do dia o destaque é a segunda estimativa do PIB dos EUA do 4º trimestre, que ainda não capta os possíveis impactos do coronavírus. O Goldman Sachs estimou ontem em relatório que o surto de coronavírus deve retirar 0,8 ponto porcentual do crescimento americano no 1ºtrimestre, em números anualizados, e 0,1 p.p do crescimento de 2020. O presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu que a disseminação do coronavírus em território americano “não é inevitável” e que “existe uma possibilidade de o surto se tornar muito, substancialmente pior”. Ele admitiu ainda que há planos de quarentena em larga escala, caso seja necessário. Após a correção forte ontem, os ativos locais tendem a continuar refletindo o mau humor externo. O dólar à vista fechou a R$ 4,44, mesmo com a injeção de US$ 500 milhões via leilão de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) e o Banco Central agendou mais US$ 1 bilhão para esta manhã. A moeda americana acumula valorização de 10,71% este ano. O Ibovespa despencou 7% na véspera e acumula perdas de 8,58% desde janeiro.
A curva de juros, por sua vez, inclinou mais, com alta das taxas longas, e o mercado segue reduzindo suas projeções para o crescimento do PIB este ano, o que pode levar o BC em algum momento do ano a rever a pausa no afrouxamento monetário. E embora a epidemia por coronavírus esteja ofuscando o cenário político, os ruídos recentes gerados pelo presidente Jair Bolsonaro, ao repassar vídeo chamando para ato nas ruas contra o Congresso, podem seguir ecoando no meio político e outros poderes. Na próxima segunda-feira, os líderes da Câmara se reunirão para discutir a questão. Um teste de fogo sobre a relação entre Planalto e Congresso será a votação dos vetos do Orçamento impositivo, cuja análise pode ocorrer na semana que vem. Além disso, a equipe econômica já teme que estejam em risco as pautas já dadas como aprovadas, como a autonomia do BC e as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) Emergencial e dos fundos públicos. Há receio também, conforme apurou o Broadcast, que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não consiga segurar a votação das pautas-bomba, como fez até agora. No radar também deve permanecer a perícia nos celulares de Adriano da Nóbrega, o miliciano executado na Bahia e que teria ligações com a família Bolsonaro.
MUNDO Bolsas internacionais recuam Por Pedro Molizani – Trader Mesa de Câmbio Travelex Bank
As principais bolsas europeias exibem fortes perdas, enquanto os índices futuros das Bolsas de Nova York também recuam, à medida que a rápida propagação do coronavírus fora da China continua prejudicando o apetite por risco. Investidores também repercutem balanços financeiros da AB InBeve Carrefour. A cervejaria alertou que o coronavírus afetou seu lucro e receita nos primeiros dois meses de 2020. Às 7h32, a Bolsa de Londres caía 1,72%, a de Frankfurt recuava 2,23% e a de Paris se desvalorizava 1,98%.
Nos mercados futuros em Nova York, Dow Jones perdia 0,60%, S&P500 cedia 0,61% e Nasdaq recuava 0,60%. As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira, monitorando de perto a rápida propagação do coronavírus fora da China e ponderando os possíveis efeitos da epidemia no crescimento da economia global. O Nikkei caiu 2,13%, enquanto o sulcoreano Kospi caiu 1,05% em Seul. Apesar da ameaça do coronavírus, o BBanco Central da Coreia do Sulconhecido como BoK – decidiu manter sua taxa básica de juros em 1,25%. O Xangai Composto subiu 0,11%, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,24%. Já o Hang Seng se valorizou 0,31% em Hong Kong. Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 caiu 0,75% em Sydney.